domingo, 12 de maio de 2013

Início de uma história

Olá :), este post vai ser o excerto de uma história inacabada. Foi escrita numa época muito "escura" e por isso tem levado muito tempo a compor-se uma vez que é necessário voltar a esse estado de espírito do qual fugi e ainda tento fugir... Anyway, espero que gostem.
xoxo, Mel

"Passado tanto tempo de silêncio e deliberada falta de auto análise volto a arriscar, já sem medo. 
Há quem diga que a coragem é libertadora, que o medo é a fonte da nossa constrição, mas no meu caso, o meu medo é erradicado pela súbita realização de que não há mais nada a perder.
A minha vida foi tão meticulosamente desenhada como uma obra de arte... foi projectada tal como uma versão Séc. XXI/mulher independente daquela perfeição dos anos 50, que eu assumo desdenhar mas que agora vejo tão claramente infiltrada nos meus sonhos.
Aquele idealismo, preciosismo que me faz azia também me obriga a admirar este conceito de uma vida perfeita, com ou sem um propósito, mas acima de tudo doentiamente perfeita.
 Hoje pergunto o que é a perfeição, se é tangível ou se não passa de um conceito que nos obriga a levantar da cama todos os dias.
Importante notar que para mim o conceito da vida que planeei é muito mais profundo do que se possa explicar é totalmente espiritual e nada material, é um poder sobre a nossa alma e o nosso corpo que nos permite transformar eficazmente a energia potencial em energia cinética, é uma estabilidade e controlo tal que nos permite aceitar o que não nos corre bem ou o que não está planeado e fazer disso uma mais valia, é ser capaz de aceitar e saborear a recompensa do nosso esforço independentemente de como esta se apresente, é ser capaz de sentir, assumir e desfrutar de momentos de felicidade, é ver, é tocar, é cheirar, é sentir, é ouvir, é o azul, o cor-de-rosa e o cor-de-laranja. É liberdade ou apenas estar presente.
O que agrava este conceito é o facto de socialmente estar determinado que só se atinge este estado quando se tem uma carreira de sonho, uma casa de sonho, um casamento de sonho e aquelas coisas todas que são ferozmente publicitadas.
Eu sou uma perfecionista assumida (caso não tenha sido óbvio até agora), é o meu maior defeito, esperar ter direito a estas coisas todas acima descritas apenas porque me esforcei e trabalhei para tal. A vida não funciona assim e eu continuo a não aprender.
É então desconcertante pensar que poderei passar os meus dias a tentar atingir esta pintura e não a vivê-la, e se esta é a lição que deverei retirar de uma vida, ainda curta, então o meu recente niilismo tem toda a razão de ser.
Muita gente pergunta-se, por que razão havemos de querer uma vida perfeita, sem obstáculos a ultrapassar, obstáculos estes que constroem carácter e nos tornam pessoas fortes e interessantes... Deixem-me dizer que a minha vida cheia de obstáculos que chegam a desafiar as leis da probabilidade, não me tornou mais forte nem me construiu carácter, esse fantástico cliché é um luxo reservado a gente rica. Além do mais eu já não quero personalidade quero estabilidade, eu já não quero conteúdo quero poder, eu já não quero ser quero parecer. E se eu conseguisse verdadeiramente obrigar o meu cérebro a pensar assim... Seria tudo mais fácil, pois nada mais importava e seria igual à minha geração de postadores de facebook.
Quando crescemos somo encorajados pelos nossos pais, avós, professores a sonhar, acreditar que se trabalharmos muito conseguimos atingir o que queremos, mas depois a vida acontece, a desilusão e sonhos destruídos ornamentam a nossa alma e essas pessoas todas que passaram 18 anos a preparar-nos para o sucesso, evaporam e estamos sozinhos com um conceito que não nos foi ensinado.
Há muita coisa má que nos pode acontecer, mas julgo que a pior é perder a nossa verdade, a nossa luz, o nosso caminho.
No outro dia, após uma troca de e-mails com a minha prima, a quem confio tudo, pediu-me que fizesse a minha bucket list. Foi a primeira vez que tive alguma noção do medo que agora tenho de ter objectivos. Eu não quero voltar a desiludir-me, a sofrer mais do que já sofro. Eu não quero perpetuar a minha luta interior em busca de uma razão para continuar a correr esta estrada cheia de pedaços de vidro que magoam a cada passo que dou, não por lacerarem a minha pele, mas por reflectirem uma alma perdida e um coração esquecido.

Hoje acordei com o ruído atraente da chuva num dia tão negro como a verdade sobre o mundo.  Este ruído tentador desafiou-me a “ir-me” abaixo e deixar as lágrimas percorrer um caminho diferente ao que elas percorrem todos os segundos dentro da minha alma.
Este dia seria diferente dos últimos 730 dias..."

Apresentações/Introductions

Olá, eu sou a Mel. Este blog é apenas uma partilha do meu amor e necessidade pela escrita. Tudo o que irei postar serão apenas opiniões, pensamentos e sentimentos do momento. É a primeira vez que partilho o que escrevo pois por norma sou bastante reservada (daí a necessidade de escrever). A principal mensagem que quero deixar é a seguinte: são apenas desabafos e como tudo na vida, não são para ser levados muito a sério.
xoxo, Mel